01. Introdução – Crazy Smiths (T. Greguol & Eduardo Levi)
02. Catedral – Katarse (T. Greguol & Vinicius Reale)
03. Marcando território – Caften (T. Greguol & Max Simão)
04. Nuclear – Caften (T. Greguol & Max Simão)
05. That’ll do – Katarse (T. Greguol & Gutu)
06. Viver mata – Rto (T. Greguol & Rto)
07. Epílogo – Katarse (T. Greguol & Antonio Ribeiro)
INTRODUÇÃO
Cabeça e rabo
Deus e diabo
Justiça e dor
Putaria, pudor
Plebeu e nobre
Rico e pobre
Quadrado, redondo
Tirando e pondo
Pra quê?
Por quê?
CATEDRAL
Não sei aconselhar ninguém
Não sei ao certo o que devo fazer
Não sei o que vai ser amanhã
E nem acho que seja bom saber
Não vou à igreja aos domingos
Não me ajoelho pra rezar
Não sei nem um pedaço da bíblia
E acho meio estanho me batizar
Não entendo ao certo pra que sirvo
Não sinto nenhuma grande vocação
Mas tenho algo aqui dentro
Que repete sempre a mesma oração
Não existe mediador entre Deus e eu
A catedral está dentro de mim
Não importa o que me digam
Isso sempre foi e sempre será assim
MARCANDO TERRITÓRIO
Filhos vêm a se tornar mais adultos
Filhos vêm e filhos sempre vão
Filhos vêm para provarem algo
Filhos vêm sem saber pra que são
Filhos vêm por manifestação do ego
Filhos vêm pra aprender a jogar bola
Filhos vêm por que sempre vieram
Filhos vêm pra irem bem na escola
Filhos vêm pra alegrar e salvar os pais
Filhos vêm sem pedir pra nascer
Filhos vêm pra colocar brinquinhos
Filhos vêm sem saber como crescer
Filhos vêm quer você queira quer não
E como todos nós, não sabem o que há
Se gostássemos de crianças adotaríamos uma
E não marcaríamos território com nosso DNA
NUCLEAR
O que é fé em Deus?
O que é fé em mim?
O que é fé em você?
O que é fé na vida?
Isso tudo é amor ao barro
Isso tudo é devoção ao verbo
Isso tudo é idolatria
Isso tudo é rezar pra espantalho
Posso ser um em um milhão
Posso ser um grão de areia
O átomo é menor que tudo
E você sabe o que ele faz
Deus sou eu
Deus não sou eu
Não meu nome
Nem meu corpo
Mas eu
THAT’LL DO
Eu tenho uma lista enorme
Onde escrevo minhas dúvidas
Pretendo responde-las logo
Pois não creio em outras vidas
Antes me afogar em queijo
Do que me afogar em bosta
Então o jeito é ser feliz
E só fazer o que se gosta
Cada um faz o que quiser
O bonito ou a baixaria
Lembrando da felicidade alheia
Pro alheio não estragar minha alegria
Está tudo certo, está tudo bem
Minha meta deve ser o meio
Mesmo sem resposta vou espalhar o belo
Porque de feiura eu já estou cheio
VIVER MATA
Chega até a ser bonito o esforço
A interação, linda e a movimentação, exata
A vidinha é algo muito precioso
Sinto isso como sinto que viver mata
É claro que sim e é óbvio
Estamos todos na mesma fragata
Navegando sem auxílio da costa
Tentando sobreviver, mas viver mata
Nasci pra viver por aqui
Assim fez também o primata
E aposto que assim como eu
Descobriu em fim que viver mata
A conclusão é feia aos ouvidos
Mas na verdade é neutra como a gravata
Tudo é relativo e discutível
Mas quem vai discordar que viver mata?
EPÍLOGO
Pode fazer calor ou um frio do cão
Pode ser metrô ou lotação
Meu trabalho é limpar o chão
E estou longe de ter um milhão
A sua lembrança me acalma
Não tem pra mais ninguém
Na verdade nada muda
Mas perto de você tá tudo bem
Esqueça todos os seus medos
Amanhã um novo dia nascerá
Sempre que você quiser
Um novo dia nascerá
Pensando nisso é que eu vivo
Pensando nisso é que eu deixo viver
E o que quer que aconteça
É o que tem que acontecer